Então, se a gente por aqui nem conhece direito - ou nunca usou - o Wi-Fi, como é que vamos querer usar WiMAX de uma hora para outra? Simples. Porque esse novo padrão corrige e aprimora, justamente, os principais pontos-fracos do Wi-Fi: preço, acessibilidade, raio de atuação e disponibilidade.
Brasil Telecom, Vivo, Telefônica e várias outras empresas já anunciaram, publicamente, planos de implementação do WiMAX no Brasil. Então, é bom ficar de olho e entender como funciona a tecnologia. Durante o ano de 2005, vários testes foram feitos em algumas cidades brasileiras e continuam até agora para, em 2006, finalmente, tornarem o padrão viável comercialmente ao usuário doméstico e corporativo.
É bem fácil de entender como você vai poder acessar a Internet de casa, sem fios e sem se preocupar com hotspots. A transmissão do sinal WiMAX é bem parecida com a de um telefone celular. Um torre central envia o sinal para várias outras torres espalhadas e, estas, multiplicam o sinal para chegar aos receptores.
O usuário precisa de uma pequena antena receptora, da qual resulta na conexão que vai até o seu computador ou notebook, plugada via placa de rede. De acordo com o diretor de mobilidade digital e comunicação da Intel, Ronaldo Miranda, essa antena pode ficar no topo de um prédio (multiplicando a conexão para o condomínio, por exemplo) ou ao lado do gabinete do PC mesmo, como se fosse um equivalente ao modem externo usado por Velox ou Speedy.
Até aí, é meio parecido com o Wi-Fi, não é? A diferença é que os pontos de acesso do Wi-Fi são extremamente limitados. O sinal só alcança 100 metros, em média, a uma velocidade máxima de 11 Mbps. Acontece que o acesso e a velocidade dependem de uma série de fatores e, geralmente, não chegam a esse valor. Um roteador genérico de Wi-Fi permite a cobertura de 45 m em ambiente interno e cerca de 90 m externo. Para distâncias maiores, é preciso criar redes de múltiplos pontos, interligadas.
"No caso do WiMAX, em condições ideais o sinal alcança um raio de até 50 km e velocidade de 75 Mbps", explica Miranda, acrescentando que também há dependências da geografia, como montanhas e prédios altos. Miranda lembra, ainda, que a velocidade é dividida com os usuários que estiverem utilizando o sinal enviado pela torre. "Mesmo assim, o sinal na chamada última-milha (o usuário final) tende a ser mais rápido e estável do que as conexões banda larga disponíveis hoje", antecipa.
Ninguém sabe. As operadoras guardam os estudos comerciais a sete chaves. O gerente de mobilidade da Intel, contudo, deixa claro que, para ser viável comercialmente, quem oferecer conexão WiMAX nas cidades terá que competir com os preços praticados hoje. "Se for muito mais caro, não dá certo. O custo tem que ser igual ou menor... ou, pelo menos, oferecer segurança ou serviços agregados que os concorrentes não tenham", explica Miranda. Ele antecipa, porém, que o custo de instalação para as operadoras é bem menor no WiMAX do que para DSL.
No final das contas, o usuário sabe como a banda toca: a concorrência dita as regras e os preços caem. O caso mais emblemático no Brasil é a conexão DSL. Telefônica e Telemar oferecem o mesmo tipo de conexão em diferentes áreas de concessão. No entanto, como a área de cobertura da Telefônica tem outras empresas na concorrência de banda larga, a empresa oferece planos mais baratos e diversificados, enquanto do outro lado, pela Telemar, a concorrência é bem menor e o usuário fica com menos opções. Pagando mais, claro.
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